Sobre Vania Abreu

a Música foi quase sempre o centro de tudo

Artista

Mulher

Sobre mim

Fui uma menina de quintal e muita imaginação.

Vivia subindo em árvores.

Quase morei num pé de goiaba.

Tive longas férias no mar.

Inventei e brinquei muito.

Foi com o violão de minha irmã Kitty que descobri que podia cantar aos 13 anos.

Nunca me imaginei artista. Sempre criei e inventei só por desejo.

Dancei antes de cantar.

Cantando fui sendo levada pela música.

Ela foi me levando.

Me levou por lugares que eu não sabia ser.

Me trouxe muitas lidas, partidas, coisas descabidas.

Imaginei que todas seriam bem-vindas.

O mundo mudou antes e bem mais rápido. Eu também.

Me tornei mãe muito jovem, num tempo onde desejávamos "cedo" sermos adultos e quando as pautas feministas faziam parte da segunda onda.

Filhos, casa e outros cuidados não eram temas para mulheres bem vistas e bem sucedidas.

Eu já falava de maternidade (desta de hoje), treinava sem exibição, cuidava da minha casa e das flores e “tudo” isso não era assim bem visto para quem tinha uma profissão. Era preciso ser sexy.

Tive que dar meus pulos para ter muito rapidamente “um estilo” na música sem poder ter uma tribo pra chamar de minha.

Tirei mais de mim, do que podia.

Encontrei alguns caminhos. O mundo mudou antes e de novo.

Tudo bem. Mais ou menos tudo bem.

Ficou tudo bem mal por "muito" tempo.

Não posso descrever assim tão detalhadamente as razões e confusões. Minha terapeuta me considera muito generosa. Já eu, penso que sinto até uma certa vergonha de ter sucumbido ao que pensava que não me abateria. Melhor deixar assim.

Passou.

Passou deixando marcas excessivamente profundas e me modificou.

Hoje, já quero outra coisa (já não dá para querer o mesmo, eu sou outra). Hoje, eu sou outra coisa.

Entre idas e vindas, bem depois encontrei um lugar do/no meio.

Assim bem no meio de tudo que é meu.

Cantar quando for possível (menos expectativa) e no mínimo bom (com desejo).

Escrever sempre, mesmo que não seja publicado.

Criar e Curar.

Seguirei cuidando do meu pequeno mundo e de todas as coisas dele.

É nele que mora o mais importante papel de cada um no mundo inteiro, que é o de dar conta das coisas e pessoas ali. (eu acho!)

Formada em História e Pós Graduação em Arteterapia, também